Despreparo, brutalidade, ignorância, não há palavras para classificar o excesso de violência empregada pela Polícia Militar contra os estudantes que protestavam pacificamente nesta segunda-feira, no início da noite, na Assembleia Legislativa.
Simplesmente, mesmo sem que nenhum dos estudantes ameaçassem invadir a sede do Legislativo, a PM soltou a cavalaria e quebrou o pau pra cima dos manifestantes. E desta vez não podem dizer que havia vândalos no movimento.
Os estudantes diziam suas palavras de ordem, umas até mesmo agressivas, mas não justifica o ódio com que os policiais atacaram com cacetes e spray de pimenta. Uma estudante desmaiou e teve que ser levada para o hospital; e o foi porque conseguiram um carro, pois a PM ignorou completamente o ocorrido. Vários outros passaram mal e saíram machucados.
Ora, se a avenida já estava fechada desde à tarde no horário de pico, então porque tentar liberá-la à força das quatro patas e depois de oito da noite, quando o movimento, aos poucos, já estava dispersando?
A truculência revoltou até os pais de muitos estudantes que foram socorrer seus filhos.
O engenheiro Paulo Spindola, que foi buscar a filha, Júlia de 18 anos e estudante de engenharia no Dom Bosco, disse que nunca tinha visto tamanha barbaridade.
- Eles estavam na avenida, e de repente a polícia parte para violência, como nunca tinha visto nem mesmo durante o regime militar – disse.
Do Blog do Raimundo Garrone.