As cenas de decapitação de presos, a morte da menina Ana Clara Sousa num ônibus incendiado por bandidos, as desculpas da governadora Roseana Sarney — são símbolos de uma dinastia ruinosa e que precisa terminar.
O legado de 50 anos mandando no estado onde 40% das pessoas vivem no campo é catastrófico: se o Brasil tem 28% de trabalhadores sem carteira assinada, o índice maranhense supera os 50%.
Dos 15 municípios brasileiros com as menores rendas, segundo o IBGE, dez estão lá. Apenas 6% da população estão em cursos de graduação, mestrado e doutorado.
Tem a menor expectativa média de vida de homens e mulheres: 68,6 anos, cinco a menos que a média nacional. Perde só para Alagoas em matéria de mortalidade infantil. Em cada 1000 crianças que nascem, morrem 29 com menos de 1 ano.
O que sua família faz no Maranhão há tempos é uma invasão de gafanhotos. Aos 83 anos, José Sarney é da estirpe de políticos que só larga o poder morto.
O clã Sarney transformou o Maranhão em uma espécie de capitania hereditária, mas os integrantes do grupo, que vivem como nababos em meio a um oceano de miséria, tratam o assunto com deboche, o que mostra que José Sarney conseguiu instalar no estado uma versão nacional do Apartheid, regime segregacionista que fez história, infelizmente, na África do Sul.
Assim, a crise que se instalou no sistema penitenciário maranhense mostra não apenas a incapacidade da governadora Roseana Sarney (PMDB) de lidar com o problema, mas a inoperância escandalosa de um desgoverno que tem levado o Maranhão ao noticiário nacional pela via crucis. Integrante do grupo político que em cinco décadas arruinou o Maranhão, transformando-o no mais miserável estado brasileiro, Roseana é uma verdadeira ode à incompetência.