A residência que a família Sarney mantém no Lago Sul, área mais nobre de Brasília, virou point dos principais líderes da oposição ao governo Dilma no último domingo. Gastando sua aposentadoria como governadora e “outras poupanças” que acumulou durante seus quatro mandatos, Roseana ofereceu um rega bofe para as bocas ávidas da Câmara, após quase 12 horas de votação.
A ressaca da comemoração veio dois dias depois. Ontem, o potencial presidente da República Michel Temer mandou recado a Roseana, por meio de Chiquinho Escórcio, lotado na Vice-Presidência da República. Chiquinho informou a Roseana que não mais a quer em sua Esplanada dos Ministérios.
A ex-governadora sonhava com o Ministério da Educação (MEC). A pasta surgiu como opção após Roseana ter ouvido de Temer que já havia prometido a pasta da Integração Nacional ao PMDB do Senado – provavelmente Eunício Oliveira (CE).
Entusiasmada com a possibilidade de voltar ao olimpo da política, Roseana colocou todas suas fichas na mesa para aprovar a cassação de Dilma. Na hora de cobrar a fatura, ouviu de Escórcio que Temer está preocupado com a repercussão negativa que terá em seu governo pela ligação direta de Roseana com o doleiro Alberto Youssef e operação Lava Jato.
“Preciso de um ministério de notáveis, não posso me desmoralizar entregando Educação para Roseana”, teria confessado o ainda vice-presidente da República a lideranças que o procuraram apelando pela ex-governadora.