O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (22/07) que “muitas mortes por covid-19 poderiam ter sido evitadas” no país, caso o tratamento precoce tivesse sido instituído.
Remédios como hidroxicloroquina e ivermectina frequentemente defendidos pelo mandatário não possuem comprovação científica e são fortemente desaconselhados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil registra mais de 546 mil brasileiros mortos pelo vírus.
“Eu defendo o tratamento precoce [contra a COVID-19], mesmo não tendo comprovação científica. A CoronaVac também não tem comprovação científica, mas ela pode. Essa questão foi politizada, infelizmente”, apontou em entrevista à rádio Banda B, em Curitiba.
Bolsonaro completou que “muitas mortes poderiam ter sido evitadas, sim. Mas não foi feito o tratamento precoce, o tratamento imediato”, declarou. Ele também culpou governadores e prefeitos e disse que teria agido de modo diferente dos líderes municipais e estaduais.
“Talvez tenha sido o único chefe de Estado do mundo com um comportamento como esse. Agora querem me responsabilizar pelas mortes. Poderia fechar o Brasil todo, mas não fiz, exatamente na contramão, mas não por ser oposição, mas por estar melhor preparado para conduzir essa questão”, declarou Jair.
Sobre a condução da pandemia, Bolsonaro afirmou que se teria agido diferente de governadores e prefeitos. “Comigo não teria lockdown, eu não fecharia o comércio. Daria proteção a quem tem comorbidade e mais idade. Não fecharia escola”, concluiu.
Erroneamente, o chefe do Executivo teceu críticas à vacina Coronavac afirmando que a eficácia do imunizante “está lá embaixo”. Ele relatou que a mesma “não deu certo no Chile e em SP, o pessoal pergunta qual é. Se é Coronavac, a tendência é não aceitar”. Acrescentou que “não adianta comprar mais X vacinas se a população aqui não quiser tomar”, e “que a vacina tem que ser voluntária”.
A CoronaVac apresenta eficácia geral de 50,38% para prevenir casos de COVID-19. Um estudo de efetividade conduzido pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, vacinou cerca de 75% da população adulta e observou ainda quedas de 80% nos casos sintomáticos de covid e de 86% nas internações, além da redução de mortes em 95%.