O Ministério da Economia quer acabar com todas as meias-entradas no país, atendendo as redes de exibição de filmes. UNE contesta e defende direito de estudantes, idosos e outros segmentos da população.
Há três leis federais sobre o assunto, que garantem o benefício a estudantes, jovens de baixa renda, pessoas com deficiência e adultos com mais de 60 anos. A estimativa da Ancine (Agência Nacional do Cinema) é que 96,6 milhões de brasileiros se enquadrem nos termos da legislação federal.
O fim da meia-entrada é defendido pelo Ministério da Economia, pela Ancine e pelas redes de salas de exibição de filmes. Segundo a Ancine, a venda de ingressos na categoria inteira era cerca de 30% em 2017, mas caiu para 21,6% no ano passado. As informações foram publicadas pelo jornal o Estado de S.Paulo.
O presidente da União Nacional dos Estudantes, Iago Montalvão, considera que a análise da Ancine é “tendenciosa”, mas ressalta que as informações deixam claro que a legislação não tem sido devidamente cumprida, o que abre espaço para fraudes que desvirtuam o direito dos estudantes.
“A solução para qualquer problema que impacte nas receitas dos cinemas não deve ser atacar um direito conquistado e histórico da classe estudantil, mas justamente o de criar formas de garantir a verificação da validade das carteiras conforme padrão certificado pelo ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação). Infelizmente, na maioria das salas de cinema do Brasil, essa verificação ainda não é feita”, diz Montalvão.