O deputado federal Júnior Lourenço é apontado como líder de uma organização criminosa que desviou R$ 22 milhões dos cofres públicos da Prefeitura de Miranda do Norte, interior do Maranhão.
O parlamentar foi um dos alvos da operação Laços de Família deflagrada na manhã desta quinta-feira (15) pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público em conjunto com a com a Polícia Civil, por meio da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor).
Segundo informações, o esquema teria iniciado entre os anos de 2009 a 2016, período que o Júnior Lourenço esteve a frente da Prefeitura de Miranda do Norte, e depois continuado na gestão de Carlos Eduardo Fonseca Belfort, conhecido como Negão.
As investigações apontaram a existência de uma verdadeira organização criminosa criada com o objetivo de desviar recursos públicos. O esquema era operacionalizado por meio de empresas de fachada que participavam de processos licitatórios fraudulentos. Essas empresas não tinham capacidade técnica nem lastro financeiro para cumprir os contratos firmados.
Quatro contratos firmados entre a Prefeitura de Miranda do Norte e as empresas de fachada totalizaram um dano de R$ 22.061.477,53 aos cofres municipais. Esse, inclusive, é o valor do bloqueio das contas correntes, poupanças e aplicações dos investigados, solicitado pelo Ministério Público.
Os investigadores também apontaram ligações entre essas empresas, os ex-prefeitos investigados, seus familiares, empregados e amigos.
O esquema veio à tona após denúncia do Tribunal de Contas da União (TCU) a respeito de desvios de recursos realizados no período de 2017 a 2020, durante a gestão de Carlos Negão.